quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Super Mario Sunshine


(Este texto era para ter sido terminado um dia antes do lançamento de Super Mario Odyssey, mas minha empolgação me impediu de terminá-lo e só consegui fazer isso essa semana, pois desde então fiquei me deliciando com essa obra-prima, um dos melhores jogos da história. Porém, decidi manter a introdução original do texto :P Então lá vai!)

Amanhã será lançado Super Mario Odyssey. Senhores, eu nunca fiquei tão empolgado para um jogo como estou com esse. Essa semana foi penosa para mim pois não aguento mais esperar para jogar essa maravilha! Sério, estou contando as horas do relógio para colocar minhas mãos nele.

Para comemorar o lançamento dessa obra-prima, que é um retorno à jogabilidade explorativa sandbox vista nos Marios 3D de Nintendo 64 e GameCube, decidi escrever um texto sobre um de meus jogos favoritos, que teve grande influência no desenvolvimento do OdysseySuper Mario Sunshine, de 2002.


HISTÓRIA

Pela primeira vez na história, Peach cansou de brincar de ser raptada e decidiu comemorar este feito com uma viagem de férias para uma ilha tropical chamada Ilha Delfino, cheia de resorts, praias e hotéis para curtir a vida sem preocupações. Mas seu grande erro foi querer levar Mario junto dela, e todos sabem que o encanador só atrai problemas.

Chegando ao aeroporto, os viajantes se deparam com uma gosma colorida espalhada pelo local. Eles descobrem a causa por trás disso da pior maneira possível - com Mario sendo preso. Isso aconteceu pois a ilha inteira foi pichada e poluída por um indivíduo similaríssimo ao bigodudo, então o verdadeiro acabou por ser confundido com o vândalo.

Uma virada de eventos um tanto incomum para um jogo de Super Mario, não?

A Ilha Delfino é conhecida por suas paisagens deslumbrantes e águas cristalinas, mas essa poluição causada pelo meliante tirou todo o brilho do local, concentrado no Shine Gate por meio de pequenos artefatos radiantes similares ao sol conhecidos como Shine Sprites. Estes se espalharam por toda a ilha devido à bagunça - a missão de Mario é coletá-los novamente e trazer o brilho de volta a ilha.

Depois de recuperar alguns Shines, o previsível acontece - Peach é raptada pelo Mario farsante. Você realmente imaginou que ela sairia ilesa em um jogo de Super Mario? Tsc tsc. Agora o encanador, além de ter que reviver a beleza da ilha, também deve salvar sua querida princesa. Que nem diria aquele antológico comercial da AXN, “isso são minhas férias!”



O aspecto mais inusitado desse jogo é que grande parte dessa história é contada por meio de várias cutscenes, as quais são grandes e cheias de diálogos com dublagem! Essa foi a primeira vez que isso foi feito em um jogo da franquia......e também a única, já que a adição não foi muito bem recebida devido às longas durações e voice acting tosco.

                        

JOGABILIDADE

Sunshine é o sucessor do Super Mario 64, de 1996, então a jogabilidade é um tanto similar. Você explora fases espaçosas em busca de Shine Sprites, o equivalente às estrelas do jogo anterior. Grande parte desses Shines são obtidos ao completar variadas missões que o game te dá em cada uma das fases, como derrotar chefes, vencer corridas, coletar moedas vermelhas, entre outras.


Em questão de movimentação, o controle do Mario é tão fluído quanto as águas da ilha. Você não se sente limitado por nada enquanto controla o personagem, podendo dar pulos triplos, piruetas, giros no ar, mergulhos e até mesmo fazer algumas acrobacias em cordas-bambas. Seus movimentos podem não ser tão variados quanto os de Super Mario 64, mas não há duvidas de que seu controle em Sunshine proporciona uma sensação maior de liberdade.


O fator principal disso é o seu grande diferencial em relação aos demais jogos da franquia - o propulsor de água que carrega nas costas, FLUDD. O principal mecanismo do jogo, ele concede a Mario o poder de soltar jatos d'água para limpar a sujeira e derrotar inimigos, além de permitir que flutue por alguns segundos. Isso aumenta consideravelmente a distância que pode percorrer, tanto horizontalmente quanto verticalmente.


Similar aos bonés do jogo anterior, o FLUDD também tem seus power ups - o Rocket Nozzle, que impele Mario aos céus como um foguete, e o Turbo Nozzle, que jorra água aos montes para que o bigodudo corra igual ao Sonic.

Apesar de alguns criticarem essa mecânica, eu curto bastante, especialmente a habilidade de flutuar, pois aumenta ainda mais a sua mobilidade e é de suma ajuda se você erra um pulo, podendo retificá-lo, ou se não consegue alcançar determinado lugar. Mas os power-ups são bem sem graça e pouco usados, devo admitir.

LOCALIDADES

Eis aqui o grande trunfo do jogo. Mario 64 nos imergiu em um mundo completamente 3D pela primeira vez na história dos games, com fases de temas variados que vão de fortaleza, até céu ou deserto. Já Sunshine é completamente baseado no tema litorâneo de praias, mares e muita água. A ambientação desse jogo é incrível - ele realmente me passa a sensação de estar curtindo as férias em uma ilha.

Apesar desse ser o Mario 3D com o menor número de fases, todas elas são marcantes. Temos as colinas de Bianco Hills com seus moinhos de vento bonitinhos; o porto de Ricco Harbor é o mais próximo que temos de uma área industrial; a praia de Sirena Beach com seu hotel misterioso; o parque de diversões Pinna Park cheio de atrações; a pacata vila de Pianta Village com seus moradores que adoram festejar e cantar... São diversos locais que te dão a sensação de estar viajando pela ilha. Nem o tema espacial de Super Mario Galaxy consegue ser tão imersivo.


Mas nada seria dessas localidades se não fossem os gráficos maravilhosos do jogo. Sunshine é um dos games mais bonitos da sua geração, que chega a te dar vontade de viver no mundo dele. Apenas olhe para a água do mar em qualquer lugar da ilha. Vai dizer que você não sente um anseio enorme de se jogar nela e ficar boiando tranquilamente?


DIFICULDADE

Uma tendência que começou em meados dos anos 90 foi a de a maioria dos jogos recentes serem mais fáceis que os antigos. Sunshine, entretanto, não se aplica a essa regra, pois ele é consideravelmente mais difícil que seu antecessor. Diversas missões do jogo deram muito trabalho à maioria dos jogadores, como a de derrotar a arraia que se multiplica em diversas formas minúsculas, a de desbravar o hotel em busca de um abacaxi, a de guiar uma melancia até uma cabana, grande parte das de coletar moedas vermelhas, entre outras.

Essa missão tirou muita gente do sério. Malditos patos!

As seções mais memoráveis do jogo, de acordo com grande parte do público, são as que você não pode usar o FLUDD. Elas são compostas por diversas armadilhas e plataformas que giram e se movimentam nas quais você deve calcular perfeitamente seus pulos para não falhar miseravelmente. Eu também as adoro, são desafiantes e bem estruturadas, mas às vezes acho que o pessoal as vangloria de mais, chegando ao ponto de dizer que Sunshine só vale por essas seções.


Mas o grande desafio mesmo está em completar o jogo 100%. Além de ter alguns Shines escondidos pela ilha que dão um trabalhão de encontrar, ainda existem as moedas azuis. Ao todo são 240 espalhadas por todo lugar e cada 10 lhe conferem um Shine. Algumas são facílimas de achar, mas tem outras que rapaz... Eu não consegui sem detonado, admito. Algumas são ridiculamente escondidas em lugares que ninguém imagina. O único jeito de encontrá-las e ir jorrando água a esmo pelos locais na esperança de que uma moeda brote. E o pior é que certas delas só podem ser encontradas em missões específicas e o game não te indica nada!

Contudo, uma parte da dificuldade de Sunshine se deve a algumas falhas de level design. A fase do Pachinko é um exemplo primordial disso, em que você é lançado como uma bola de pinball para os ares e perde o controle total do personagem. A área do cassino de Sirena Beach também é repleta de problemas - além de partes cujo sucesso dependem unicamente de sorte, temos um puzzle que você mal tem controle de como resolvê-lo. O fato do jogo não te dar dica alguma de onde encontrar os Shines escondidos e as moedas azuis também é uma falha.

Não faço ideia do que aconteceu durante o desenvolvimento dessa atrocidade de fase.

Os chefes do jogo são uns dos mais chatos da franquia. Tem alguns que se salvam, como a Petey Piranha, o Gooper Blooper e a arraia que supracitei, mas tem uns que se tornam difíceis pelo quão problemáticas são suas mecânicas, como o King Boo, que depende de pura sorte, e a enguia de Noki Bay em que você deve brincar de dentista de baixo d'água sem poder controlar devidamente suas ações. O chefe final não é difícil, muito pelo contrário, mas vale mencioná-lo aqui porque, pqp… é o Bowser numa banheira…..com dublagem….em uma batalha que não dura nem um minuto direito…

Porque todos nós sempre quisemos tomar banho com o Bowser.

Mas o que mais me irrita nesse jogo é a fase final, Corona Mountain. Ela é, sem dúvidas, a pior área final de qualquer Mario única e exclusivamente pela mecânica do barquinho, pateticamente quebrada. Você precisa navegar pela lava usando o FLUDD para guiar o barco, mas ele não te obedece! Não tem padrão algum! E pegar as moedas azuis dessa área? O jogo praticamente te incita a morrer para conseguir pegá-las já que é impossível não colidir o barco pelo menos 4 vezes antes de coletar todas elas.

Retiro o que eu disse sobre a fase do Pachinko - ISSO AQUI É UMA ATROCIDADE!

TRILHA SONORA

As músicas são de suma importância na experiência relaxante que o jogo te proporciona com todas as suas paisagens tropicais. Ao escutar qualquer uma delas no seu dia-a-dia, é como se essas músicas me remetessem a momentos que eu realmente tirei férias.

Grande parte das peças da trilha são variações da tema central que toca na Delfino Plaza, mas arranjadas para melhor combinarem com as áreas designadas. E apesar de todas as composições seguirem essa abordagem litorânea, não quer dizer que a trilha seja monótona e desprovida de variedade.

                        

A música de Sirena Beach evoca um ar de mistério, Noki Bay tranquiliza com sua trilha mínima em instrumentos, Pinna Park traz um piano estilo ragtime à brincadeira, Pianta Village nos ambienta perfeitamente em uma vila noturna com sua tema composta por 70% de percussão e chocalhos que lembram o som dos grilos... Tem até uma versão a capella da clássica tema do Super Mario Bros.!

                        

Enquanto a trilha sonora desse jogo pode não ser tão memorável quanto a de Super Mario 64, ela certamente é mais relaxante e menos repetitiva, já que Sunshine não repete o problema de seu antecessor de repetir as mesmas peças para diversas fases.

CONCLUSÃO

Desde que o joguei pela primeira vez em 2008, sempre amei de coração esse jogo. Em 2010, acabei por vendê-lo e fiquei sem jogá-lo até este ano, quando o comprei novamente. Estava curioso para ver se eu ainda o adorava como antigamente. Felizmente, descobri que sim, já que me diverti horrores enquanto coletava todos os 120 Shines do game. Apesar de diversas falhas, acredito que os méritos de Super Mario Sunshine superam essas falhas e oferece uma experiência relaxante, desafiante e divertida.

                         

-por Vinicius "vini64" Pires

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